Os métodos complementares, também chamados de práticas integrativas, são terapias que complementam e integram tratamentos e procedimentos convencionais, propondo uma parceria entre profissionais e paciente, para manutenção da saúde. Eles desempenham papéis fundamentais no apoio às pessoas desde muito tempo.
Principalmente no pós-pandemia, a procura por essas práticas de saúde tem aumentado, conquistando mais reconhecimento público e ampla difusão, inclusive sendo indicadas por profissionais da saúde, como cirurgiões-dentistas, que buscam promover uma melhoria da experiência do paciente através da compreensão da totalidade dos fatores que compõem as necessidades e aflições do indivíduo.
No século XXI, a grande incidência de dores e doenças crônicas faz com que mais profissionais adotem estas terapias, principalmente quando falamos de uma forma de apoiar pacientes durante tratamentos prolongados. O Brasil tem se destacado como um dos 69 Estados-Membros da OMS que possuem políticas e estratégias específicas para o uso das PICS (Práticas Integrativas e Complementares na Saúde).
Dentre os procedimentos que vemos hoje, implementos no Sistema Único de Saúde (SUS) na década de 80, tiveram inserção de 29 Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2006. Acupuntura, homeopatia, hipnoterapia, aromaterapia, arteterapia, musicoterapia, meditação, fitoterapia, reiki, quiropraxia, yoga e cromoterapia são apenas alguns dos exemplos de terapias, entre muitas outras, para reduzir a ansiedade e promover uma relação mais holística ou ampla para a saúde bucal.
Cuidar da saúde bucal é promover a saúde geral
Regulamentadas e reconhecidas pelo Conselho Federal de Odontologia através de resoluções editadas em 2008 e 2015, foi instituída a Habilitação em Práticas Integrativas e Complementares para os cirurgiões-dentistas, que são: Laser, Hipnose, Fitoterapia, Terapia de Florais, Odontologia Antroposófica, Odontologia Hospitalar, Ozonioterapia, Antroposofia e especialidades (acupuntura e homeopatia).
A Organização Mundial de Saúde (OMS), define que saúde não é apenas a ausência de doenças, mas um estado ideal de bem-estar físico, mental e social dos indivíduos.
A história da Medicina Tradicional Complementar Integrativa mostra o crescimento, oferta e uso com evolução pela busca de qualidade de vida e bem-estar, através não apenas de tratar sintomas e doença em si, mas trazendo equilíbrio de diversas esferas do indivíduo, com cuidado individualizado, foco na complexidade do adoecimento e desequilíbrios e desarmonias. Procurando entender como a pessoa se sente e não somente saber se os sintomas da doença cessaram.
A Odontologia Integrativa, da mesma forma, busca melhorar a qualidade de vida e trazer bem-estar, adicionando aos tratamentos convencionais odontológicos as terapias integrativas e complementares como importante aliada terapêutica para a prevenção ou restabelecimento da saúde bucal, desde que observado as condições da saúde geral que possam estar impactando no resultado e longevidade para a condição de saúde desejada.
Tendo este olhar, o profissional apresenta algumas práticas integrativas e complementares que mais se encaixam ao tratamento e estilo de vida do paciente, para que este passe a assumir, conscientemente, sua condição e promover o equilíbrio pelo bem-estar físico, mental e social.
Pelo espectro do paciente, as terapias complementares e integrativas podem auxiliar até mesmo na mudança de perspectiva e relação com o hábito de ir ao dentista, promovendo uma conscientização educativa sobre os cuidados diários e visitas regulares aos cirurgião-dentista.
Isso porque ao reduzir a fobia e ansiedade proporciona-se uma influência na percepção de dor pelo paciente durante o procedimento odontológico, respostas que podem ser observadas tanto pela avaliação de sinais e sintomas fisiológicos como também pela mudança de comportamento.
Fontes:
Alternative and Complemetary Therapies and its use in dentistry. Ver. Fac. Odontol. Univ. Fed. Bahia 2021; 51(1): 100-109.
WHO. www.who.int/about/governance/constitution
Brasil. Conselho Federal de Odontologia. Resoluções CFO-82, de 25 de setembro de 2008 e nº 160, de 2 de outubro de 2015. Reconhece a Acupuntura, Homeopatia e Odontologia do Esporte como especialidades odontológicas.
Sousa IMC, Tesser CD. Medicina Tradicional e Complementar no Brasil: inserção no Sistema Único de Saúde e integração com a atenção primária. Cad. Saúde Pública 2017; 33(1).